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Na estória Pinguim e a Figueira (peça de teatro que já foi representada na
Roménia e no Luxemburgo
por jovens da tua idade), a palavra “Figueira” tem um duplo significado: refere-se à árvore que dá frutos e também à praia da Figueira da Foz, muitas vezes chamada somente Figueira, onde a estória se passa.
A Figueira da Foz era originalmente uma praia de pescadores e estes iam à pesca da sardinha num barco chamado traineira, do nome da rede que usavam para o efeito – a traina.
Os barcos de pesca, os barcos de recreio (veleiros ou barcos a motor), os navios de passageiros e de carga e todas as outras espécies de embarcações fazem parte dos meios de transporte maritimo ou fluvial.
Gostavas de um dia fazer uma viagem de barco? Pois então fica a saber que em Portugal existe um veleiro - que se chama "Creoula" - que é especialmente destinado aos jovens que queiram tomar contacto com o mar e aprender muito particularmente a navegação à vela.
Mas, para se poder participar numa dessas viagens - que são uma óptima maneira de passar férias - os jovens devem ter pelo menos 20 anos.
Os rios portugueses também têm sido navegados ao longo dos tempos por bonitos barcos. De alguns desses barcos já só resta a recordação, de outros ainda uns raríssimos exemplares.
Como tantos outros objectos, a ignorância dos homens em geral, e dos Portugueses em particular, tem deixado acabar muitas coisas que pertencem ao património cultural comum do povo.
Felizmente, alguns artistas interessam-se por fabricar miniaturas dessas antigas embarcações típicas.
Gostarias de saber o nome de algumas delas, além da traineira? Então... continua a ler.
Bote cacilheiro: Embarcação do Tejo de casco semelhante à fragata mas de menor porte. Tinha a particularidade de a roda de proa estabelecer concordância com a quilha.
Armava em geral um grande latino bastardo, existindo no entanto alguns que tinham uma vela de estai e um latino quadrangular. Normalmente media entre nove e dez metros de comprimento e a sua tripulação era composta por dois ou três homens.
Falua: típica do rio Tejo, parecida com o bote, mas um pouco maior. Da família dos varinos e fragatas, a falua transportava normalmente carga e passageiros entre as duas margens do Tejo.
Esta embarcação muito rápida e veleira media aproximadamente entre 14 e 15 metros de comprimento e tinha uma tripulação de dois ou três homens. Havia faluas com mais do que um tipo de vela.
Masseira: Ainda utilizada no Minho para a pesca do alto e para a apanha do sargaço (alga escura com o talo ramificado). Tinha uma tripulação de 2 homens.
Meia-lua: talvez um dos mais bonitos barcos da nossa costa. Parece estar provado que a sua origem não é mourisca, como se pensou ao princípio, mas muito mais antiga.
Apresenta enormes semelhanças com uma miniatura em prata - que se encontra hoje em dia no Museu Britânico - descoberta em Ur, na Mesopotâmia(azul), e velha de mais de três mil anos.
Moliceiro: Felizmente ainda podemos encontrar esta embarcação de ascendência fenícia a navegar na Ria de Aveiro, transportando turistas,
ou infatigavelmente continuando a sua faina da apanha do moliço, nome que se dá às algas da ria e que deu o nome à embarcação.
Anualmente ainda se conseguem reunir mais de vinte embarcações numa regata pela ria.
Muleta de Pesca: Pela sua forma original pitoresca, é certamente a embarcação regional portuguesa mais conhecida em todo o mundo.
Era usada unicamente pelos pescadores do Seixal, Barreiro e Cascais na arte da tarantanha, uma arte de arrasto pelo través.
Poveiro: Como o nome indica, era usado na Póvoa do Varzim, outrora um dos principais portos pesqueiros do país.
Embarcação, de proa alongada, casco bojudo e quilha pronunciada, estudos profundos sobre as suas origens sugerem o barco poveiro seria um descendente dos barcos dos Vikings,
que visitavam com frequência a Galiza e o noroeste de Portugal durante os séculos IX e X.
Rabelo: Bmbora se vá tornando cada vez mais raro, no rio Douro ainda restam alguns a fazer o Saveiro: Barco pequeno, geralmente de fundo chato, que serve para a travessia dos rios e para a pesca à linha.
Baleeiras: Nas ilhas dos Açores e da Madeira, usava-se este tipo de embarcação para a caça à baleia,
mamífero que se tem tornado cada vez mais raro, com algumas espécies mesmo em vias de extinção. Durante a Semana do Mar, festas que se realizam no Faial (Açores) na primeira semana de Agosto, podem admirar-se alguns exemplares.
Também se dá o nome de baleeira ao bote salva-vidas que fica disponível nos navios em casos de emergência ou naufrágio; é dotada de condições especiais de flutuação.
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